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domingo, 11 de março de 2012

A Neurose do Rejuvenescimento Estético

O tempo nos passa com a mesma sutileza que uma debandada de mamutes!
Caminhando pelo supermercado, entre uma gondola e outra, ouço uma mulher dos seus vinte e poucos anos me que me diz: “senhora, me dá licença”?
Eu ouvi bem? A cretina disse senhora?
Como assim senhora? Afinal de contas quando me tornei senhora? Um belo dia acordei e “pluft”, sou uma senhora?!
Foi quando me dei conta que já tinha uma sobrinha de dezessete anos, o tempo tinha passado e eu não vi! Quando, afinal de contas isto aconteceu?
Surtei! Comecei a buscar toda forma de rejuvenescimento estético, Lifting, Peeling, Fitness, comprei uma esteira e comecei a correr... Pronto! Virei atleta! 
Estava disposta a participar de mini olimpíadas e isto foi o suficiente para estourar meus joelhos o que me levou três vezes à emergência de um hospital.
Mas não! isso não iria me deter! Continuei perseverante e neste meio tempo assisti a um filme muito interessante com a Michelle Pfeiffer “nunca é tarde para amar”, no qual ela mantinha conversas com a mãe natureza que insistia em dizer para se colocar no seu devido lugar, pois estava apaixonada por um rapaz bem mais jovem e ela insistia em lhe dizer que o “tempo” havia passado, lembrando-a da irremediável velhice... 
”Do que adianta parecer jovem, manter o peso da adolescência se nada disso muda o fato de estarmos apodrecendo por dentro”?! Não podemos fazer lifting no fígado ou colocar botox nos ovários, porque assim seremos mais jovens sim, nos raios-X!”
E aquilo me caiu como uma luva! Ou seriam chinelinhos acolchoados?!!
A verdade é que ninguém quer parecer ridículo, mas como disse a protagonista: "chinelinhos acolchoados também não"!
Tem uma amiga minha que disse ter orgulho dos seus cabelos brancos. Mentirosa!
Saber envelhecer realmente é uma arte, aceitar com dignidade a transformação que o tempo nos causa realmente é muita arte.

Silvana Jacob

Julho de 2008


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